A ca­beça de lista do PCP-PEV à Câ­mara Mu­ni­cipal do Porto de­fende que a au­tar­quia tem de usar todos os ins­tru­mentos ao seu dispor para travar a pressão es­pe­cu­la­tiva e a ex­pulsão dos mo­ra­dores no centro da ci­dade. Ilda Fi­guei­redo passou a manhã de do­mingo, 2, em con­tacto di­recto com a po­pu­lação da zona his­tó­rica da in­victa e cons­tatou a ex­pulsão de fa­mí­lias in­teiras para os con­ce­lhos vi­zi­nhos, si­tu­ação aliás re­la­tada por mo­ra­dores que também foram ví­timas de ten­ta­tivas de im­po­sição de preços es­pe­cu­la­tivos nas rendas das res­pec­tivas ha­bi­ta­ções.

Acom­pa­nhada por Rui Sá, pri­meiro can­di­dato da CDU à As­sem­bleia Mu­ni­cipal, por Pedro Car­valho, ac­tual ve­re­ador eleito pelo PCP-PEV, e por Carlos Sá, membro da As­sem­bleia da União de Fre­gue­sias de Ce­do­feita, Santo Il­de­fonso, Sé, Mi­ra­gaia, S. Ni­colau e Vi­tória, Ilda Fi­guei­redo la­mentou que, «a con­ti­nuar assim, qual­quer dia o Porto trans­forma-se numa Dis­ney­lândia». A can­di­data con­si­derou por isso que «é ina­cei­tável que a au­tar­quia não use todas as fer­ra­mentas que tem ao seu dispor para travar a san­gria de po­pu­lação e para co­locar equi­lí­brio na pressão es­pe­cu­la­tiva que o tu­rismo tem ge­rado».

«É inad­mis­sível que a Câ­mara seja pro­pri­e­tária de de­zenas de casas no centro his­tó­rico, muitas das quais em boas con­di­ções, e que estas es­tejam de­so­cu­padas quando há tantos por­tu­enses a serem em­pur­rados para fora do Porto», in­sistiu a ca­beça-de-lista à CM do Porto, que con­cluiu lan­çando um de­safio a Rui Mo­reira: «venha con­nosco co­nhecer a re­a­li­dade do Porto que não vem nos pos­tais nem nas capas das re­vistas».